No próximo dia 4 de janeiro, Alessandro Barcellos assumirá a presidência do Inter, junto com uma nova equipe de trabalho e todas as áreas do clube. Pelo sistema presidencialista, ele será obviamente a maior autoridade colorada. Nos primeiros meses do mandato da nova diretoria, porém, a importância maior será de outro dirigente, o vice-presidente de futebol João Patrício Herrmann.
A ideia da nova diretoria colorada é diminuir a interferência dos agentes políticos nos diversos departamentos do clube, mas o caso do futebol viverá um momento excepcionalíssimo e urgente. João Patrício será o elo entre a comissão técnica que fica, sob o comando de Abel Braga, e novos nomes, todos profissionais, que já trabalharão antes da retomada dos jogos. Neste grupo há figuras que nunca entraram nos vestiários ou nos gabinetes do Beira-Rio. Isto sem falar que mais adiante um novo treinador e sua equipe estarão chegando, igualmente sem experiência de Inter ou até de futebol brasileiro.
Por mais que o presidente Barcellos tenha experiência recente de vestiário, ele terá sua atenção dividida entre os vários setores do clube. João PatrícioHerrmann, por sua vez, tem uma experiência de vida no clube que ajuda a entender tudo o que gira em torno do ambiente colorado e já acompanhou, direta ou indiretamente, as situações mais diversas. Conversas até de apresentação entre Abel Braga, Leomir, Paulo Bracks e um novo coordenador técnico passarão por Herrmann. Assim será também quando a bola rolar. Talvez só após a troca de comando técnico, prevista para depois do Brasileirão, haverá a possibilidade do dirigente tomar o lugar mais reservado que foi pensado antes da eleição.
Além destas missões, João Patrício Herrmann precisará se apresentar para o elenco que já o conhece mostrando que uma lacuna importante foi preenchida e que isto precisa significar segurança para o grupo. O pecado de deixar vaga a vice-presidência de futebol foi algo muito grave cometido por Marcelo Medeiros em seus últimos meses de gestão. Ainda que sem um planejamento para isto, a necessidade faz com que o futuro colorado esteja muito relacionado com a transição inédita que está sendo feita no departamento mais importante do clube. Seu comandante: portanto, tem uma missão tão grande ou maior do que o próprio presidente, pelo menos durante dois meses.