Conhecedor profundo da cidade e tendo usado isto como argumento de campanha, o prefeito eleito de Porto Alegre, Sebastião Melo, reencontrará sem resolução um impasse que é de antes os tempo em que foi vice de José Fortunati entre 2013 e 2016. Naquela época já se discutia sobre a sequência das obras no entorno da Arena do Grêmio, um projeto que foi travado com a crise política e financeira envolvendo a empresa OAS e que hoje está numa complicada discussão entre o Ministério Público e a empresa construtora que tem ao seu lado o clube e pareceres favoráveis da Prefeitura Municipal.
No último dia 13 de novembro houve mais uma audiência envolvendo o caso. Conduzida pela juíza Nadja Mara Zanell, da 10ª Vara da Fazenda Pública. Estiveram presentes na ocasião representantes do Ministério Público Estadual, da prefeitura de Porto Alegre, e das empresas Arena Porto Alegrense, Karagounis e Albizia. Sem uma decisão final, houve a marcação de um novo encontro entre todas as partes e mais a participação do Grêmio para o próximo dia 14 de dezembro, com a garantia de que o caso não obedecerá segredo de Justiça. Com isto, há uma possibilidade de fim do impasse ainda no governo de Nélson Marchezan, embora haja a possibilidade de que o caso chegue sem solução definitiva em 2001, já com Sebastião Melo como prefeito.
De parte do Grêmio há uma profunda contrariedade e irritação para com o Ministério Público que repetidamente não vem aceitando os acordos propostos. A Prefeitura de Porto Alegre até agora se mostra ao lado das postulações do clube, inclusive com o tema tendo sido plenamente estudado e aprovado pela procuradoria do município. Aí está o ponto principal em que a nova administração entra. Se o imbróglio seguir até depois da virada do ano, o presidente gremista Romildo Bolzan Júnior espera que não haja revisão na posição tomada pelo Evecutivo Municipal e para isto conta com o conhecimento que o novo prefeito tem da situação.
Na prática o caso está nas mãos da Justiça e Romildo Bolzan, apesar de contrariado com o MP, mostra otimismo, tanto para uma decisão favorável como para a sequência da parceria com a Prefeitura:
— O Grêmio, em face ao parecer do Ministério Público, afastou-se das negociações. Havia ajustado com a atual administração um acordo contestado pelo MP. Havendo ambiente favorável de confirmação deste acordo e e revisão das posições do MP, o clube está disposto a manter a solução proposta com a nova administração. Estamos sempre abertos ao diálogo.
Havendo a solução proposta pelas empresas com participação do Grêmio e da Prefeitura, a OAS assumiria as obras que sempre foram de sua responsabilidade. O Grêmio incluiria todo o seu patrimônio como garantia, caso a construtora não cumprisse a sua parte e que não fosse possível buscar reparação através dos bens da empresa. As obras em questão envolvem melhorias em praticamente todas as vias que dão acesso à Arena, incluindo pavimentação, alargamento e urbanização.
