Não é de hoje que torcedores do Grêmio criticam o técnico Renato Portaluppi. A derrota para a Universidad Católica apenas colocou num nível até então não atingido a inconformidade daqueles que idolatram o treinador como a maior figura da história do clube, mas que não aceitam mais os resultados do seu trabalho no comando da equipe. O que era corneta, sem proposta ou sugestão de substituto, agora vem com nomes e justificativas. O simplismo de "acabou o ciclo" passou a a ser acompanhado de vários porquês e de indicações.
O nome que primeiro aparece é o de Roger Machado. Ninguém desconhece o tamanho de sua obra, alicerçando um time e um modelo que foi consagrado pelo próprio Renato. O ex-técnico do Bahia, no entanto, tem contra si o fato de ter estado no clube e, mesmo com um bom trabalho, não ter conquistado títulos, algo que aconteceu logo após sua saída. Não se discute a capacidade do profissional, mas o efeito possível neste momento tricolor.
Outros nomes são colocados como desejos em relação a treinadores que estão empregados, alguns sem a mínima possibilidade de saírem de seus clubes. A torcida já vocifera que há de se buscar Marcelo Gallardo no River Plate ou Rogério Ceni no Fortaleza. Um profissional que há algum tempo foi citado, num impasse de renovação de Renato, foi o de Mano Menezes, mas este foi para o Bahia. Há uma metralhadora agora atirando nomes pelas redes sociais.
Ainda que não se tenha como provável uma saída de Renato Portaluppi, não existe impossível no futebol. Ele mesmo já deixou o Grêmio em 2011 numa célebre despedida em que chorou na entrevista, não a encerrou e foi saudado por uma multidão na saída do Estádio Olímpico. Se isto eventualmente acontecer, um gaúcho pode ser a saída gremista. O gaúcho Tiago Nunes está no mercado após ter saído do conturbado ambiente corintiano. Este fato não o valoriza, mas não apaga suas qualidades que levaram o Athletico-PR a ser campeão da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil em 2018 e 2019 respectivamente.
Jovem, com ideias modernas, mas sem a pretensão de ser revolucionário, Tiago pode ter sofrido no Corinthians o golpe necessário para seguir ambicionando treinar equipes que tem torcidas gigantescas e que são campeãs mundiais. Sendo gaúcho, o conhecimento da província ele tem com as mazelas da rivalidade Gre-Nal. Se pensarmos em Grêmio, o fato de ter derrotado o Inter na final da Copa do Brasil é troféu valioso diante do torcedor que está lembrando dele e sugerindo seu nome agora.
Sem apostar numa queda de Renato, é possível admitir que Tiago Nunes é um nome que um dia passará pela cabeça de quem decide as coisas no Grêmio.