
Eduardo Coudet contrariou expectativas e não colocou o Praxedes sequer no banco de reservas contra o Aimoré. Se isto frustrou quem esperava ver um candidato a titular da equipe, por certo acabou consolidando a convicção do treinador de que há alguém na frente do garoto. Thiago Galhardo entrou, jogou como um homem de ligação tem de jogar e beneficiou, e muito, Paolo Guerrero. Como consequência paralela, fica cada vez mais claro que existe uma grande dificuldade para D'Alessandro fazer esta função e que o time rende mais sem ele.
Não se trata de descartar o melhor jogador colorado da última década, mas de considerar que, usando uma expressão da moda, D'Alessandro está encarando um "novo normal" , no qual seu caráter estratégico está mais apropriado para entradas durante as partidas. Galhardo se posiciona, recompõe e evolui pelo meio fazendo com que Paolo Guerrero fique no chamado último terço do gramado. É lá que o peruano tem de estar para fazer, como fez, ou até perder seus gols, pois antes do jogo contra o Aimoré nem isto estava acontecendo. O modelo colorado volta a ser o utilizado no Gre-Nal disputado pela Libertadores da América, quando se notava evolução tática.
Prever a repetição da equipe que jogou na Morada dos Quero-Queros para enfrentar o Esportivo beira o óbvio, apenas com a volta de Musto, uma vez que Rodrigo Lindoso, de boa resposta, saiu com problema médico. O Inter garantiu sua vaga na semifinal deixando o torcedor bem mais tranquilo. A súplica por um gramado em excelentes condições foi justificada por uma atuação de bom nível, com vitória, classificação, reabilitações pessoais e bom encaminhamento para seguir a busca pelo título do Gauchão.