O Brasil não enfrentará a Argentina no Mineirão. O adversário de nosso país tem nome e sobrenome: Lionel Messi. O consenso entre os torcedores é de que só há uma maneira do time de Tite ser derrotado e isto passa pelo desequilíbrio que pode ser causado pelo supercraque do Barcelona. Por mais que sejam exageradas ou superestimadas as previsões brasileiras, elas deixam claro o sentimento de medo, talvez pânico.
Por vezes, se ouve que Messi não joga bem pela sua seleção ou que sua condição física está abaixo do normal pelo exigente final da temporada europeia, mas logo vem a lembrança de que em um lance o gênio pode decidir um jogo ou um campeonato.
O que vem à mente é a recordação de quase 20 anos atrás, quando Maradona, numa única jogada espetacular, mandou o Brasil embora da Copa da Itália num jogo em que os brasileiros massacraram os argentinos e não tiveram efetividade. Pouco se fala que Agüero é jogador de primeiro nível e protagonista da Premier League ou que Lautaro Martínez está se apresentando com muita qualidade para o cenário internacional de seleções. Di Maria é subestimado. Só se pensa em Messi.
A manifestação da torcida é normal, mas não pode ser compartilhada pelos jogadores ou pela comissão técnica da Seleção Brasileira. Messi tem que ser tratado de maneira especialíssima, mas com respeito, o que é diferente de temor. No futebol, o medo intimida.
A reação dos atletas do Brasil diante de uma individualidade maior só pode ser de reverência fora do período de jogo. As lembranças que precisam estar na cabeça dos comandados de Tite é de que Messi já foi vencido por nossa seleção, que ele é a principal engrenagem, mas que faz parte de um contexto coletivo e até que já errou pênalti em decisão de título. Há que se respeitar, mas não temer.