A torcida do Inter foi em peso ao aeroporto Salgado Filho para receber Borré. Mas não foi lá só por causa dele. Foi também por ele. Mas na terça (5), sexta (8) e sábado (9), a demonstração de carinho e paixão dos colorados tem sido por um algo maior, que é acreditar no trabalho que está sendo realizado.
Essa confiança começou com os reforços que vieram na metade do ano passado. Jogadores como Valencia, Rochet e Aránguiz, nos permitiram sonhar com o título da Libertadores. Não ganhamos a Copa, mas ficamos com um sentimento de que estávamos no caminho certo. Veio a promessa de contratações de impacto ou, no mínimo, de nomes que chegariam para brigar por vaga no time titular. Robert Renan, Alario, Fernando, Borré e, por último, Thiago Maia, fizeram desta, a maior janela de transferências da história do Sport Club Internacional. Não posso esquecer de Wesley, Bruno Gomes, Bernabei, Hyoran e Ivan, que serão muito importantes na hora que Coudet precisar.
Insisto que os novos nomes são importantes, mas que a nossa confiança está muito mais no trabalho realizado. Há um projeto em andamento. Enquanto o time joga de uma maneira intensa, com posse de bola e agressividade, sem retranca reativa, a direção trabalha por melhorias na estrutura do departamento de futebol, estádio e, principalmente, na área de finanças.
A preocupação com o dinheiro investido pelo Inter é também algo jamais visto na província. Lógico que temos de olhar para os números, controlar despesas e reduzir o "rombo" acumulado nas últimas décadas. Mas futebol se faz com investimento e responsabilidade. Conheço um pouco dos bastidores do Inter e converso com pessoas que me passam a segurança de que nada do que está sendo feito irá colocar em risco o projeto de recuperação da saúde financeira do clube. A preocupação dos rivais é compreensível. Nós, colorados, acreditamos que o único número que nos interessa é o de taças que podemos levantar com essa energia positiva criada pelo projeto.
A confiança da torcida é tanta que sábado vai acontecer algo jamais visto no Beira-Rio ou em qualquer estádio nesse Estado. A direção espera 48 mil colorados para um jogo de Gauchão contra o São Luiz, de Ijuí. Isso é espetacular. Isso é confiar no processo. É maior que qualquer janela.