Sabe aquelas viagens em que o caminho importa quase mais do que o destino? Inclua aí a Serra do Rio do Rastro, na vizinha Santa Catarina. Para motociclistas, está no topo da lista de desejos, não só pela paisagem, mas pelo traçado sinuoso. Quem fala sobre esse roteiro é o cirurgião-dentista e professor universitário Humberto T. Gassen, 38 anos, que considera a região uma velha conhecida.
Humberto já percorreu, de moto ou não, 43 países. Sobre duas rodas, viajou por todos os Estados brasileiros, incluindo um trajeto pela icônica Transamazônica. Hoje ele pilota uma BMW GS 1200 e dá uma dica a quem está se iniciando nesse mundo ou quer aventurar-se mais: “Faça um curso on e off road de pilotagem, utilize sempre o equipamento certo, tenha prudência e divirta-se”.
Eu acrescento outra recomendação: não esqueça de que a pandemia não acabou e é preciso todo cuidado, seguindo os protocolos e sem provocar aglomerações.
Confira a seguir a descrição do Humberto para um passeio de final de semana por serras catarinenses. São cerca de 860 quilômetros de trajeto a partir de Porto Alegre, ida e volta, e as melhores opções de hospedagem, segundo ele, ficam em Urubici.
Beleza e sinuosidade
“Para se encantar com as belezas do nosso país, pode-se usar qualquer transporte. Eu elegi andar sobre duas rodas. E foi assim, de moto, que percorri a famosa Serra do Rio do Rastro e a menos conhecida Serra do Corvo Branco, por vezes na companhia da namorada, de amigos ou mesmo sozinho. As duas serras, ambas em SC, estão entre os destinos mais ambicionados por motociclistas. Num final de semana, é possível percorrê-las. Com um casal de amigos, partimos de Porto Alegre, primeiro em direção à Serra do Rio do Rastro (a 340 quilômetros via BR-101, passando por Criciúma e chegando a Lauro Müller). As BRs 290 e 101 são excelentes e pedagiadas, exigindo mais atenção a partir de Criciúma, quando a pista fica simples. Ao longo do caminho, já se vai desfrutando da paisagem – ora Mata Atlântica, ora lagoa, rio ou mar.
Aos pés da Serra do Rio do Rastro, a atmosfera é viva, a natureza, exuberante, e se pode aproveitar a culinária local e o artesanato. É bom lembrar que se está a 1.460 metros de altitude e o tempo é, por vezes, traiçoeiro. No verão, há poucos períodos chuvosos. Mas, no inverno, a estrada pode ser fechada devido à intensa neblina e ao gelo na pista.
Após inúmeras paradas nos mirantes ao longo do trajeto, chegamos ao seu platô, em Bom Jardim da Serra, onde se tem uma vista magnífica da serra e de suas curvas serpenteando os paredões. Não é apenas um mirante, mas um local superagradável com estacionamento amplo e seguro, onde se pode descansar e saborear um bom chocolate quente ou almoçar.
Seguimos para a Serra do Corvo Branco, que é ainda mais bonita, com uma parada em Urubici, para ver o Morro da Igreja, a Pedra Furada e a Cascata do Avencal. Distante 28 quilômetros de Urubici, parte em asfalto e parte em chão batido, a descida tem cinco quilômetros com curvas tão fechadas, que o trânsito de veículos maiores é proibido. Eventualmente, são necessárias manobras para vencer suas curvas de 180 graus. As estradas estreitas, íngremes e sinuosas entre paredões e vales proporcionam um panorama único. Aqui não há a mesma estrutura de estacionamento e de comércio da Serra do Rio do Rastro. Vá preparado.”
Detalhe GZH
A Serra do Rio do Rastro é considerada uma das 10 mais bonitas estradas sinuosas do mundo, com mais de 250 curvas e subidas íngremes, em 12 quilômetros. Remonta à presença dos primeiros jesuítas que, em meados dos anos 1700, desviavam dos caminhos à beira-mar para escapar dos soldados portugueses, abrindo picadas em meio à Mata Atlântica. Depois, o roteiro seria descoberto pelos tropeiros, que encurtavam o caminho entre São Paulo e Rio Grande do Sul.
O site mostra as condições da estrada e do tempo, em vídeo, ao vivo.
No frio de SC
Até 15 de agosto, às sextas-feiras, o Ponta dos Ganchos oferece Luau na Praia, com voz e violão no entorno da fogueira. Também ao ar livre, o hotel que fica em Governador Celso Ramos (SC) apresenta o Concerto na Natureza por um quarteto de cordas da Camerata de Florianópolis. O resort tem 25 acomodações e opera com protocolos chancelados pelo World Travel & Tourism Council.
No frio do RS
Sinal desses novos tempos: no Parque Terra Mágica Florybal, em Canela, o álcool gel virou "poção protetora das fadas" e os personagens infantis usam máscaras e incentivam a adesão aos cuidados para evitar o coronavírus. O parque opera com 50% da capacidade, das 9h às 16h30min. Ao ar livre, há performances como teatro de fantoches e teatro musical.