
Não é a Torre Eiffel nem o Louvre. Nas vezes em que estive em Paris, visita obrigatória mesmo, para mim, é a Notre-Dame. Da primeira vez, embora tivesse ficado impressionada com a construção que tem mais de 850 anos, não sei se por ser um dia cinzento de inverno, lembro de ter achado a catedral fria, pesada, escura, opressora. Minhas referências eram todas de fotos, do cinema, da literatura... Apesar de familiar, não sabia ao certo o que encontraria — mais tarde, se tornaria absurdamente próxima, por ter assistido com os sobrinhos, incontáveis vezes, ao Corcunda de Notre-Dame, animação que marcou a infância de muitos deles.
Na segunda vez, vi a igreja, há séculos um dos símbolos de Paris, de um outro jeito. Recebi sorrisos na entrada. Ela estava clara e vibrante. E cheia de turistas, mas não barulhenta. Era uma visita respeitosa, não aquela predadora que se vê em alguns pontos turísticos. Assisti parte de uma cerimônia que não identifiquei, a do vídeo abaixo, talvez só o início de uma missa, não sei, e fiquei encantada.
Da última vez, esperei um tempão na fila para entrar no templo. Chovia e fazia frio, apesar de ser já início de outono. Mas não arredei pé, mesmo que já a conhecesse. Paris, para mim, é sinônimo de Notre-Dame, a igreja aberta 365 dias por ano e que recebe mais de 13 milhões de visitantes anualmente. Só o que eu desejo é que ela, que já resistiu a tanta coisa, sobreviva a mais esta provação, e seja reconstruída. É preciso voltar para revê-la.