O fotógrafo e viajante Haroldo Castro, que já esteve 16 vezes em Madagascar, retorna para lá em outubro levando um pequeno grupo de viajantes. Da ilha dos gigantescos baobás, o idealizar da Viajologia (viajologia.com.br) destaca o espetáculo proporcionado pelos lêmures, animais em extinção que têm sido vítimas de contrabando e maus-tratos. Haroldo, que de vez em quando manda contribuições à coluna, escreveu o seguinte sobre eles, acompanhando as fotos.
"São 111 espécies diferentes. Alguns pesam apenas 30 gramas, já o maior deles chega quase a 10 quilos. Seus pelos têm as mais variadas cores, até mesmo dourado. Uns pulam e voam, outros cantam! São os lêmures, primatas que só existem em Madagascar, no Oceano Índico. Por seu isolamento, a fauna e a flora da ilha seguiram seus próprios caminhos de evolução. Desde a chegada dos humanos por lá, há 2 mil anos, os lêmures travam uma batalha constante contra o maior inimigo das espécies: a perda do hábitat natural. Para sobreviver nas florestas tropicais úmidas ou nos bosques secos, precisam viver em áreas protegidas. Quase todas as espécies são consideradas ameaçadas de extinção.
Um dos espetáculos mais intrigantes é ouvir, no meio da floresta, o canto do indri (Indri indri), o maior de todos os lêmures. Dividido em três ou quatro tons decrescentes, o som parece mais um lamento. O motivo da lamúria melódica é compartilhar sua localização com outras famílias de indris, evitando disputas pela mesma fonte de alimentos.
Outro momento de surpresa é observar os saltos impressionantes do sifaka-diadema (Propithecus diadema). O animal de coloração branca e alaranjada tem pernas tão musculosas, que, ao armar o pulo, elas são capazes de impulsioná-lo a uma dezena de metros. O espetáculo dura apenas um segundo, e as aterrissagens são perfeitas! Madagascar é laboratório da evolução da biodiversidade do planeta. De cada 10 espécies de plantas ou de animais, nove são endêmicas, só existem lá."