
Quem acha que temos deputados federais demais, certamente vai discordar da proposta do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), de aumentar o número de cadeiras de 513 para 527. O custo anual dessa proposta de Motta é de R$ 46,2 milhões anuais, conforme estudo realizado pelos economistas Mariana Piaia Abreu e João Pedro Bastos, ligados ao Instituto Millenium.
A ideia de aumentar o número de vagas surgiu da necessidade de readequar a representatividade no Congresso, de acordo com a população de cada Estado, que não é revisada desde 1994. Em vez de simplesmente redistribuir as 513 cadeiras, o que teria uma custo mínimo, o atual presidente da Câmara decidiu não comprar briga com os Estados que perderiam vagas e propôs aumentar o número total.
No estudo, os economistas citam como exemplo de distorção o fato de a Paraíba ter 12 deputados e o Amazonas apenas oito, com população idêntica. A redistribuição, mantendo as 513 cadeiras, custaria apenas R$ 211 mil por ano, referentes à diferença na cota parlamentar, que varia conforme a distância entre Brasília e o Estado de origem do parlamentar.
O valor de R$ 46,2 milhões ano com a criação dessas 14 vagas é resultado da soma do subsídio de R$ 46.366,19 aos penduricalhos que os deputados recebem por mês. São R$ 44.953,85 de cota para o exercício da atividade parlamentar, R$ 125.478,70 de verba de gabinete (para contratar assessores), R$ 49.624,89 de encargos trabalhistas com assessores, R$ 4.253 de auxílio moradia, R$ 1.931,92 de ajuda de custo, R$1.011,16 (média) de reembolso de despesas médicas.
Por ano, cada deputado federal custa em média R$ 3,2 milhões.