A sequência de pesquisas para as prefeituras divulgadas pelos institutos Ibope e Datafolha nos últimos dias mostra que o PT caminha para se tornar um partido nanico em cidades onde já foi grande. É fato que a campanha está ainda no início e que a propaganda eleitoral que começa nesta sexta-feira (9) pode mudar o quadro, mas os números das primeiras sondagens são alarmantes para um partido que já governou o país por 16 anos. São Paulo, nascedouro do partido e berço político do ex-presidente Lula, é o exemplo mais emblemático.
Na capital do Estado mais rico do país, o PT caminha para protagonizar um fiasco monumental, com Jilmar Tatto se arrastando no pelotão dos retardatários, ao lado de figuras caricatas como Levy Fidelix (PRTB), Joice Hasselmann (PSL) e Vera Lucia (PSTU). Justiça se faça a Fidelix, ele tem 2% no Datafolha e Tatto, 1%, mesmo índice das candidatas do PSTU e do PSL.
O PT já administrou São Paulo por três vezes. Primeiro, com Luiza Erundina, eleita em 1988, mesmo ano em que o PT conquistou a prefeitura de Porto Alegre, com Olívio Dutra. Depois, com Marta Suplicy, eleita em 2000 e que hoje apoia a reeleição de Bruno Covas (PSDB). O último prefeito foi Fernando Haddad, que venceu a eleição de 2012 como o "poste de Lula".
Por falta de líderes (Haddad não quis concorrer neste ano) ou pela incapacidade de reconhecer a decadência, o PT na capital paulista está perdendo espaço para o PSOL. Guilherme Boulos aparece em terceiro nas pesquisas, com 12%, atrás de Celso Russomanno (27%) e de Covas (21%).
No Rio de Janeiro, a situação não é tão crítica, mas Benedita da Silva, que já foi prefeita e vice-governadora, está em quarto lugar, com 8%, atrás de Eduardo Paes (DEM) que tem 29%, Marcelo Crivella (Republicanos) com 14% e Martha Rocha (PDT), que soma 10%. Os números são da última pesquisa Datafolha.
Apesar de o governador petista Rui Costa estar no segundo mandato na Bahia, em Salvador, a candidata do partido, Major Denice Santiago, tem apenas 6%, tecnicamente empatada com com Olívia Santana, do PC do B. O candidato do prefeito ACM Neto, Bruno Reis (DEM), lidera com 42%.
Em Porto Alegre, sem um nome competitivo, o PT resignou-se a indicar Miguel Rossetto como vice de Manuela D’Ávila (PCdoB), que lidera a última pesquisa do Ibope, com 24%. O mesmo ocorre em Belém, onde o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL), que deixou o PT em 2005, conta com o apoio do partido e ponteia o último levantamento, com 39%.
Em Recife, o PT não quis a aliança com João Campos (PSB), filho do falecido Eduardo Campos, e lançou Marília Arraes. Se a eleição fosse hoje, os dois disputariam o segundo turno. No Datafolha, ele tem 26% e ela, 17%, com o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) em seu encalço, com 16%.
A situação é dramática em Belo Horizonte, onde Fernando Pimentel já foi prefeito e liderava o ranking de popularidade. Na pesquisa do Datafolha, seu candidato, o ex-deputado Nilmário Miranda está em quinto lugar, com 2%. O líder, Alexandre Kalil (PSD) tem 56%.
Pior ainda é o cenário em Curitiba, onde o candidato Paulo Opuszka tem 1%, empatado na sétima colocação com outros oito candidatos. O ex-prefeito Rafael Greca (DEM) lidera com 47%.
Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, que é governado pela petista Fátima Bezerra, o candidato do partido ocupa um modestíssimo nono lugar. Jean Paul Prates, que é senador, tem 2%, muito distante do líder Álvaro Dias, do (PSDB), que alcança 33% na última pesquisa Ibope.
Na pesquisa feita em Goiânia, a candidata do PT, Delegada Adriana Accorsi, também aparece fora do segundo turno, com 11%, atrás dos líderes Vanderlan Cardoso (PSD), que tem 21%, e Maguito Vilela (MDB), que soma 20%.
Em Fortaleza, onde o partido lançou a ex-prefeita Luizianne Lins, ainda não foram divulgadas pesquisas.
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