Candiota, na região da Campanha, é o típico exemplo de como precisamos do desafio de equilibrar desenvolvimento econômico e ambiente. Carvão é um combustível fóssil, logo poluente, que contribui para o aquecimento global. É necessário reduzir seu uso.
Ao mesmo tempo, milhares de pessoas, como a população de Candiota e região, tira o seu sustento dessa indústria. Um dos grandes debates da COP29, em Baku, foi o financiamento para a transição energética. Quem paga a conta para um mundo com menos combustíveis fósseis?
Desde 1º de janeiro, a usina de Candiota 3 está fechada. Os contratos não foram renovados, e a termelétrica não tem como gerar energia. Para tentar contornar a situação, a continuidade da usina foi incluída pela Câmara dos Deputados no marco regulatório das eólicas offshore, por meio de um chamado "jabuti". O trecho foi vetado pelo presidente Lula, e agora, voltou ao Congresso, que deve derrubar o veto.
A curto prazo, pode ser bom para Candiota, cidade que corre o risco de desaparecer. Mas a solução é momentânea: não se pode acabar com o carvão de uma hora para a outra a um custo de milhares de emprego, sem um plano de transição.