O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Desde a eleição na Venezuela, em 28 de julho, que aprofundou a crise no país a partir de denúncias de irregularidades, o número de venezuelanos que deixaram sua nação e ingressaram no Brasil aumentou. A estimativa é do prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato dos Santos. O município de Roraima faz fronteira com a Venezuela. Segundo ele, o índice de estrangeiros entrando na cidade cresceu 20% nas últimas semanas.
Antes da eleição, a média diária era de 280 pessoas por dia. Agora, o número está entre 350 e 400.
— Nossa expectativa era ter um fluxo ainda maior, devido a toda a movimentação que está ocorrendo no país. Aqui, na fronteira, tem aumentado, percebemos isso, mas acredito que vai subir ainda mais — explicou o prefeito em entrevista à coluna.
Conforme Torquato, em outras épocas, já chegaram a entrar 1,2 mil pessoas por dia, e a preocupação é que o número volte a subir. O prefeito também lembra que esse é o número de pessoas registradas e que pode haver estrangeiros que não são computados.
— Se Maduro não sair (do poder), acredito que o número pode aumentar.
Aumento populacional da cidade
O prefeito explicou que a maior parte dos migrantes é procedente da região central do território e de Caracas, a capital da Venezuela. Ele explica que a região que faz fronteira com Pacaraima é rural, com população indígena. Além disso, o próprio governo venezuelano tem realizado campanhas para movimentar o turismo na área.
— A cada 10 mil pessoas que pedem refúgio, 10% fica em Roraima. O resto vai até Boa Vista para pegar o transporte aéreo e ir para outros lugares onde, às vezes, já tem família.
O município atualmente conta com 10 mil habitantes. A título de exemplo, o prefeito lembra que, em 2017, quando assumiu a prefeitura, a rede escolar infantil contava com 1,8 mil crianças. Os dados de 2024 já apontam 4,1 mil, boa parte venezuelanas.
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