O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) prefere não se manifestar sobre o presente que recebeu em viagem ao Catar, quando era ministro do governo Jair Bolsonaro.
Segundo a Comissão de Ética da Presidência da República, Terra e outros integrantes da delegação que viajou ao país árabe em outubro de 2019 ganharam do governo do Catar, no retorno ao Brasil, relógios da marca Cartier, avaliados, cada um, em mais de R$ 50 mil.
Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) orientou que os políticos devolvam os presentes por entender que as peças estão em "desacordo com o princípio da moralidade pública".
Questionado pela coluna nesta quarta-feira (8) se devolverá o relógio, Terra informou, por meio de sua assessoria, que não falará sobre o caso.
Além do deputado federal gaúcho, receberam relógios de luxo, segundo a Comissão de Ética da Presidência, o ex-chanceler Ernesto Araújo, o ex-presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) Sérgio Segovia Barbosa, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado e o ex-secretário de Desenvolvimento da Indústria e Comércio Caio Megale.
Após receber o presente, Megale, que atualmente ocupa cargo de economista-chefe da XP, acionou a Comissão de Ética da Presidência para saber se poderia ficar com o relógio. No ano passado, a comissão informou que o utensílio não precisaria ser devolvido. O economista afirma que, mesmo assim, optou por não fazer uso do relógio. Na última segunda-feira (6), ele entrou em contato com o Ministério da Fazenda pedindo informações de como abrir mão do objeto.
Foi o único integrante da comitiva até agora que sinalizou publicamente a intenção de devolver o presente.