O exercício conjunto na Tríplice Fronteira é a parte mais visível e polêmica da reaproximação entre EUA e Brasil na área de defesa. Há outras. Em abril, a brasileira Bradar Savis, setor do grupo Embraer Defesa & Segurança especializado em desenvolvimento de radares para defesa e sensoriamento remoto, fechou um acordo com a americana Rockwell Colins, também da área aeroespacial e de eletrônica de cabine. O objetivo é o desenvolvimento de um produto em parceria.
Um mês antes, o comando de Engenharia, Desenvolvimento e Pesquisa do exército americano inaugurou um escritório dentro no Consulado dos EUA em São Paulo para aprofundar parcerias em projetos de pesquisa. Uma das iniciativas é a colaboração entre pesquisadores mineiros para tecnologia embarcada em veículos blindados.
O próprio exercício em Tabatinga é parte de uma parceria maior, chamada Operação Culminating, que envolve cinco anos de manobras conjuntas entre os exércitos dos EUA e do Brasil. O auge será um exercício de adestramento combinado envolvendo grande número de tropas. O Brasil deve enviar um batalhão, entre 300 e 500 militares, para integrar uma brigada americana no Joint Readiness Training Center, centro de treinamento em Fort Polk, no Estado americano da Louisiana, no segundo semestre de 2020.
Em março, o comandante do Comando Sul do exército americano (SouthCom), major-general Clarence K. K. Chinn, esteve no Brasil. Ele se reuniu com o comandante do Exército, general de Exército Eduardo Villas Bôas, e conheceu a região da Tríplice Fronteira amazônica, onde ocorrerá o exercício de novembro.