Em 100 dias, o trabalho de Alexander Medina foi duramente questionado por quatro vezes. Foram os momentos em que boa parte dos colorados entendiam que ele deveria ser demitido: derrota para o Globo-RN, goleada no Gre-Nal, eliminação da semifinal do Gauchão e o melancólico empate com o 9 de Octubre.
E já estamos diante de outra situação delicada, de incertezas e intranquilidade. O time colorado até demonstrou boas capacidades de reação, mas o jogo é o pior possível para quem busca recuperação. É contra o campeão brasileiro, fora de casa.
A maioria das pessoas já admite que Medina tem vida curta. Pode ser neste domingo (10). Mas pode ser que ele encontre uma forma tática brilhante para enfrentar o Galo e traga boas soluções acompanhadas de bom resultado. Só que depois não dá para garantir que ele repita seus acertos.
Medina consegue estragar o que ele faz. Fez um bom Gre-Nal na Arena, colocou Liziero como lateral, mas mudou tudo no Equador, e veio novo desastre. Parece um treinador sem certezas, não conseguiu ainda montar um time, faz algumas invenções inexplicáveis e vai acumulando vexames para os colorados. Até quando os dirigentes colorados terão disposição para viver este eletrocardiograma? Será possível ter tantas diferenças agora que entra numa competição onde a régua dá uma disparada para cima na qualidade dos adversários?
Ninguém na direção fala em tirar o treinador. Mas parece claro que ele está pisando em ovos, sem o direito de quebrá-los e fazer omelete. O preço é muito alto na sua manutenção. Os torcedores não acreditam mais, as atuações chegam a ser deprimentes, e o grau de dificuldade aumenta muito no Brasileirão que começa neste final de semana.
O único time grande que Medina enfrentou foi o Grêmio, que está na Série B. Ganhou dois jogos, mas conseguiu levar uma goleada em casa sendo eliminado do Gauchão. Um custo caríssimo para o clube. Valerá a pena? Ele sai ou vamos continuar vivendo este cai ou não cai?
Obrigado por tudo, D'Alessandro
O comunicado oficial do Inter dá conta do encerramento definitivo da carreira de D'Alessandro. Ele merece aplausos, faixas, saudações e muito carinho de todos os colorados. O que o Inter não pode confundir são homenagens com utilização do jogador contra o Fortaleza, porque precisa de pontos, mesmo que consiga ganhar do Atlético-MG.
Entre as homenagens e a necessidade de sucesso no jogo, existe uma grande diferença. Ninguém marcou tanto na história recente como ele. O Inter nunca mais conseguiu nenhum jogador com condições técnicas semelhantes. Mas o futebol termina para todos. Obrigado por tudo, D'Alessandro.