Não é de hoje que dirigentes brincam com a saúde financeira dos nossos clubes. Só que estamos chegando a um momento perigoso, terrível. A situação do Cruzeiro já dá uma ideia muito clara e abrangente do que são as gestões irresponsáveis, muitas vezes com dirigentes que, além de irresponsáveis, são também desonestos. Não são poucos os casos que acabaram na polícia.
O Inter também vive uma situação preocupante, pois tem dívida significativa a curto prazo — Marcelo Medeiros fazia uma gestão sóbria, mas a pandemia trouxe dificuldades importantes e adicionais. No ano passado, o déficit do clube chegou a R$ 65 milhões, ou seja, pouco mais de R$ 5 milhões. A atual direção se deu conta disto e age com os pés pregados no chão para não piorar o que já não está bom.
Nos últimos dias, o Botafogo foi rebaixado. Tem uma dívida superior a R$ 1 bilhão. Como conseguir pagar todas estas contas num ano em que disputará a Série B? Claro que serão anos de sofrimento dos botafoguenses. Não há maneira de investir devendo tudo isto.
Já o Sport precisa, segundo seu presidente, de oito anos de muita economia para sair do buraco. Tem ainda Fluminense e Vasco, que são clubes com dívidas muito grandes e que não conseguem formar times competitivos.
Como se pode observar, clubes importantes do futebol brasileiro estão sofrendo muito e sem esperanças a curto prazo. São grifes que derretem na irresponsabilidade de dirigentes que não medem consequências.