
Renato Portaluppi tem muito prestígio com a torcida do Grêmio. Ele é a maior figura da história do clube. Mas não pode desafiar os astros. Quando ele chamou André, no segundo tempo do jogo em que o Tricolor perdia por 1 a 0 para o Flamengo, a vaia foi a mais forte que se ouviu na Era Renato. E ela precisa ser dividida: não foi somente para o jogador, mas também para o treinador. O técnico já escalou quase 50 vezes este jogador e o resultado foi péssimo. Insistir com ele e achar que vai virar uma partida contra o Flamengo é desafiar os astros.
Nem Renato e seu enorme prestígio conseguem convencer o torcedor de uma solução que ele pensa ter, mas que nunca deu certo. Mas o treinador também escalou Michel quando todos queriam Darlan. Com o menino em campo, o Grêmio teria mais controle de bola e, muito provavelmente, realizaria um enfrentamento melhor no primeiro tempo. Aliás, foi aí que o Tricolor se viu envolvido, perdeu o primeiro tempo e escapou de levar mais gols. Jorge Jesus escalou um time só com três titulares e ainda foi melhor.
MANIFESTAÇÕES
O torcedor queria ganhar do Flamengo para devolver, pelo menos em parte, a impiedosa goleada sofrida no Maracanã. Mas deu para ver que para disputar a Libertadores da América o grupo do Grêmio precisa de mais qualidade. Tem muito jogador comum no time principal e quando precisa algo mais eles não respondem. Maicon jogou muito bem. Léo Moura também teve participação de qualidade. E teve Everton, que cada vez que pegava a bola, apesar da marcação sempre dupla, fazia terremotos na defesa do Flamengo. As manifestações dos torcedores deram a real. O Grêmio precisa melhorar seu grupo e Renato precisa rever suas escolhas. Isto, claro, para o Tricolor seguir como protagonista no futebol sul-americano.