O time gremista, de seis títulos sob o comando de Renato Portaluppi, tem muitas virtudes que podem ser destacadas, mas uma dificuldade central: os centroavantes não conseguem jogar nesta estrutura tática montada pelo treinador.
Verdade que as qualidades dos jogadores contratados podem ser contestadas, mas o fato é que, entra um e sai outro, o centroavante nunca é protagonista no time do Grêmio. Encontro duas razões para explicar este fato:
1) A ânsia de ter posse de bola. Os pequenos e envolventes toques laterais entre jogadores que estão no meio e a pouca profundidade nesta posse de bola fazem com que os adversários sempre tenham tempo para marcar este jogador.
2) E esta, que me parece ser a mais importante: os laterais do Grêmio em pouco, ou nada, beneficiam a vida do centroavante. Bruno Cortez jogou mais de 110 jogos pelo Grêmio e nunca conseguiu um cruzamento certeiro, como fez Capixaba no clássico Gre-Nal, com a conclusão de Luan. Do outro lado, é só um pouco melhor, já que Leonardo Gomes também é um apoiador muito comum e com poucos benefícios para os atacantes.
Grandes e notáveis centroavantes, que fizeram história no Grêmio, contaram com jogadores de apoio. Jardel tinha dois cruzadores maravilhosos só do lado direito: Arce e Paulo Nunes. Se fartou de fazer gols com a camisa do clube.
André não tem estas barbadas e isso pode explicar, pelo menos em parte, sua imensa dificuldade de marcar gols com a camisa tricolor e mostrar sua aptidão de goleador.