
Não consigo enxergar nenhuma vantagem expressiva de um adversário sobre outro no clássico da noite desta quarta-feira (17). Muito se fala na vantagem do Grêmio de jogar no seu estádio, e as estatísticas comprovam que isso ajuda. Entretanto, neste momento, as equipes vivem momentos tão semelhantes que poderemos ter qualquer resultado.
Espero um Gre-Nal bastante emocionante, com os dois times buscando a vitória, cada um a seu jeito. O Grêmio é mais ofensivo, gosta de valorizar a posse de bola e trocar passes, sempre buscando o gol. O Inter é mais encolhido, espera o momento certo para dar o bote nos contra-ataques. São estratégias diferentes, mas ambas levaram seus times a grandes resultados.
Do ponto de vista tático, vejo poucas chances de alteração, seja por falta de tempo entre um Gre-Nal e outro, ou porque tanto Renato quanto Odair têm convicção nas formas que montam suas equipes.
Nesta noite, conheceremos o campeão gaúcho. Seja em 90 minutos ou na disputa de pênaltis. Espero ver na Arena o grande jogo que não vi no domingo, lá no Beira-Rio.
Fora do campo
O Inter reclama da arbitragem, da Federação e do TJD. O Grêmio silencia. Enquanto Roberto Melo dispara contra Leandro Vuaden, Duda Kroeff diz que já passou desta fase. São estratégias dos dirigentes. Um abre a boca e protesta, enquanto o outro se diz "bombeiro". Nada é novo e surpreendente. Estamos decidindo um Gauchão em dois Gre-Nais.
A história se repete no futebol gaúcho. Na realidade, os dirigentes buscam vantagens, por menores que possam parecer, para a grande decisão. Mas, neste filme, não consigo achar mocinho.
Sem brigas
Não canso de pedir paz no Gre-Nal. A torcida mista caracteriza um traço de civilidade da nossa sociedade esportiva. Insisto que, nesta quarta, devemos ter apenas um jogo de futebol, em que descobriremos o campeão. Uma grande decisão de Gauchão, entre os dois maiores do Rio Grande do Sul.
Claro que restarão reclamações, teremos aplausos e vaias, como sempre acontece. O que incomoda é a violência. Não vejo razão para brigas de torcida. A flauta faz parte do futebol. Brigar é selvageria, ignorância, algo incomum nas relações normais entre pessoas.
Não é crime ser gremista ou colorado. Pelo contrário, é uma honra torcer por qualquer uma destas grandes instituições. Quem torce para outro clube é adversário, não inimigo. Vamos em paz para assistir ao grande espetáculo.