A primavera costuma ser época de renascimento e esperança. É primavera no Hemisfério Norte. Contudo, estudo de Anne Case e Angus Deaton – Deaton foi vencedor do Nobel de Economia em 2015 por suas contribuições na área de desigualdade de renda – mostra que, nesta primavera em particular, há muito desespero e tragédia. Apresentado na prestigiosa reunião anual denominada Brookings Papers on Economic Activity, da centenária Brookings Institution aqui em Washington, o trabalho mostra que a expectativa de vida média de homens e mulheres brancos de meia-idade nos EUA está caindo vertiginosamente. Indivíduos brancos com idade entre 45 e 54 anos morrem cada vez mais cedo, enquanto pessoas de outras raças e faixas etárias não estão desaparecendo no mesmo ritmo. Não é só. Os que mais morrem cedo são aqueles com menos anos de estudo – homens e mulheres brancos sem educação superior padecem cerca de três a quatro vezes mais do que homens e mulheres brancos com grau universitário.
Artigo
Tragédia branca
Economista, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics, professora da SAIS, Johns Hopkins University
Monica de Bolle