Mesmo estando abaixo do padrão habitual na Seleção e no PSG, Neymar foi relevante contra Sérvia. Puxava de um a dois marcadores adversários e espaços surgiam para os coadjuvantes com pinta de protagonistas Raphinha e Vinicius Jr. Parece precipitado, a mim, diluir a importância da presença e, por consequência, da ausência do 10 brasileiro contra Suíça e Camarões.
Se essa ausência se prolongar até as oitavas e quartas de final, quando certamente a qualidade do desafiante sobe, não ter Neymar ficaria muito mais grave. A boa notícia é Tite contar nesta Copa com opções qualificadas e diversas como não tinha em 2018. A lógica levaria à escolha simples de Fred adiantando Paquetá. Não se mexe no trio ofensivo, não se perde força de marcação no meio e diminui, sim, o improviso.
Mas é muito diferente de jornalistas e torcida decretarem, como poderia acontecer em anos anteriores, o fim da Copa para o Brasil. A tese de que o time se arrumaria de vez sem o Neymar, por exemplo, talvez tenha defensores. Na vida real, porém, não creio que se sustentaria no campo.
Se a opção for pelo ingresso de Fred, ainda sobrariam opções de qualidade como Éverton Ribeiro e Rodrygo, que deu ótima resposta por dentro no segundo tempo contra Sérvia. O fato de que a vitória na estreia passou menos por Neymar e mais por quem o cercava não deve deformar a realidade em que ele continua sendo protagonista da seleção brasileira.
E Daniel Alves?
Sem Danilo, também machucado, Daniel Alves é o sucessor natural para os jogos da fase de grupos. Perceba a malícia da frase: não estou avançando a titularidade de Daniel Alves para as oitavas. Os confrontos contra Suíça e Camarões testarão o vitorioso e veterano jogador. Se faltar intensidade, já que sua qualidade não se discute, outro jogadorzão estar entre os 11, logo a seguir. Para meu gosto, Éder Militão. Mas poderá até ser Fabinho.