Não gosto de escrever coisas negativas: de modo geral, sou uma incorrigível otimista – com minhas sombras e dores como qualquer pobre mortal, com meus desabafos às vezes indevidos, com minhas horas de querer como criança: deitar no chão e espernear. Mas nestes dias há muita sombra na minha paisagem: as escandalosas omissões que permitiram a tragédia de Brumadinho, por exemplo. Não há como não se desesperar com o país que admite tais acontecimentos, não há como não sofrer com as famílias que perderam seus bens e, além de tudo, pessoas amadas: os ditos “desaparecidos” certamente estão mortos. Talvez a polícia e os bombeiros não devam afirmar isso enquanto não se encontram corpos ou restos de corpos. Há regras a serem cumpridas e respeito aos vivos atordoados.
Crônica
Brumas de Minas
Não há como não se desesperar com o país que admite tais acontecimentos
Lya Luft
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