Tiago Nunes desembarca em Porto Alegre com um fardo gigantesco. Ser o substituto do maior ídolo da história do Grêmio. O homem que virou estátua eternizada na esplanada da Arena. A saída de Renato Portaluppi, depois de muito tempo no comando e tendo conquistas importantes, será um ponto de comparação constante para o novo treinador. É inevitável. Porém, é preciso dar tempo ao tempo.
O novo treinador é muito jovem e tem ótimos conceitos de futebol. Gosta de dar espaço para os atletas da base, política colocada pelos dirigentes gremistas. Claro que vai precisar de tempo para reconstruir o time. Mexer em uma estrutura, que não vinha dando bons resultados. Encontrar uma nova forma de jogar. O velho 4-2-3-1 já estava manjado pelos adversários. A marcação deixava a desejar. Algumas peças já não vinham dando a resposta necessária.
Com certeza, Tiago Nunes vai colocar em prática as suas ideias de futebol já vistas com êxito no Athletico-PR campeão da Sul-Americana de 2018 e da Copa do Brasil de 2019, em campanha que bateu o poderoso Flamengo, o Grêmio e o Inter na decisão. A passagem pelo Corinthians não foi boa. É preciso dar os descontos pela qualidade do grupo que o técnico tinha na mão e o ambiente de turbulência permanente no Parque São Jorge.
Se Tiago Nunes optar pelo 4-1-4-1, o recém contratado Thiago Santos seria o volante cão de guarda da defesa. Para formar a segunda linha de quatro, Pinares pode aparecer na função de Alisson, tendo ainda Matheus Henrique, Jean Pyerre e Ferreira nas demais posições.
A mudança de estrutura do time é fundamental para a retomada do bom futebol. Nada acontece por passe de mágica, de um dia para outro. Como a equipe gremista ainda será comandada por Thiago Gomes contra o La Equidad-COL, no começo de Copa Sul-Americana, nesta quinta-feira (22), Tiago Nunes terá pouco tempo para trabalhar até a estreia contra o Ypiranga em Erechim, pelo Gauchão. Paciência terá que ser a palavra de ordem para o torcedor gremista.