O Nova Iguaçu é um clube-empresa que nasceu como um negócio quando nem se pensava nisso aqui no Brasil. Sua criação veio do plano de 25 profissionais liberais da cidade de apostar na fundação do time como investimento a longo prazo. Isso foi em 1990. Um dos apoiadores era o então meia Zinho. A cor laranja da camisa homenageava a cidade, que até a década de 1930 era a maior produtora de laranja do Brasil. O projeto era formar jogadores e apostar no manancial de talentos da Baixada Fluminense. Foram 16 anos entre disputas nas divisões menores do Rio de Janeiro e períodos de licença. Em 2006, enfim, conseguiu o sonhado acesso.
Nessa época, o Nova Iguaçu já havia deixado pelo caminho 10 dos sócios-fundadores. Eles saíram em 2003, quando o clube recebeu US$ 1,5 milhão pela venda do centroavante Deivid ao Bordeaux. O grupo queria resgatar o dinheiro investido, mas o presidente Jânio Moraes bateu o pé e fez valer seu plano de reinvestir todo o recurso no CT. Jânio estava correto. O Nova Iguaçu tem uma das melhores estrutura dos clubes do Rio. O centro de treinamento conta com oito campos, além de um estádio para 5 mil pessoas, o Laranjão, alojamento, restaurante para os atletas e toda a estrutura para a base e o profissional.
Jânio investe no clube todo o dinheiro oriundo das vendas de atletas. Muitas delas são feitas com a intermediação do irmão gêmeo, Jorge. Ele é o dono da Bloom Soccer, agência de jogadores. Um deles, por exemplo, foi Andrezinho, ex-Inter e atualmente gerente de futebol do clube. Vem da relação do ex-meia com Jorge a ligação com o Nova Iguaçu, onde encerrou a carreira de atleta e iniciou sua nova trajetória.
O atual time do Nova Iguaçu, destaque do Carioca, tem muitos nomes feitos em casa. Um deles é o atacante Bill, vendido ao Flamengo com 16 anos e que fez dupla com Vini Jr.. Ele voltou agora ao clube. O técnico Carlos Vítor é outro cria da casa, comandando times da base.