O Grêmio venceu por 3 a 1, desentortou um jogo que parecia complicado. Construiu a virada e se atarraxou do G-4. Isso tudo, no entanto, é desimportante diante do que fez Luis Suárez na Arena.
Mesmo com todo o debate em torno do seu futuro, com dores e limitações pela artrose no joelho direito, que o faz cogitar até aposentadoria, mesmo com tudo isso, o uruguaio mostrou que é um extraterrestre que desceu aqui no futebol brasileiro. É de outra estirpe, de outra turma. Ele sobra.
Sobrou contra o América-MG, dando passe para gol, construindo e arrematando a jogada do seu gol, acertando o poste, dando voleio. Foi uma noite de sentimentos ambíguos. Ao mesmo tempo em que mostrou que, quem sabe, possa seguir jogando, também provocou calafrios no torcedor diante do vazio que deixará no time caso decida mesmo encerrar a carreira.
A noite que começou com apreensão ficou ainda mais nervosa com o começo vacilante. O América aproveitou-se da insegurança de uma defesa desentrosada. Aloísio, mesmo atarracado além da conta, passou a jogar em cima do jovem Gustavo Martins e passou a criar perigo. O gol do América esteve longe de ser surpresa.
Naquele momento, os mineiros eram superiores em todos os quesitos. A expulsão do zagueiro Éder, na metade do primeiro tempo, mudou o roteiro do jogo. Porém, o destino foi dado por Suárez. Ele participou ativamente do jogo, fez gol, deu passe, driblou, sofreu falta e provocou medo a cada vez que se curvava e colocava a mão no joelho.
Além de Suárez, um outro estrangeiro confirmou sua ascensão neste novo Grêmio. Villasanti cresce a cada partida e se fixa como um dos pilares do time. É um jogador capaz de marcar, desarmar e aparecer na área para arrematar. Como fez no segundo gol da noite em que a torcida abraçou Suárez.