
O Inter, historicamente, consegue façanhas inimagináveis. Seja para o bem ou para o mal. O mesmo time que venceu o Barcelona de Ronaldinho, Deco, Iniesta e Puyol na final do Mundial de Clubes, em 2006, conseguiu perder a vaga na final do mesmo torneio, quatro anos depois, para um adversário sem expressão. O mesmo Inter que eliminou seu maior rival na semifinal do Brasileirão de 1988, com um jogador a menos, não conseguiu derrotar o Bahia na final. São inúmeros exemplos.
Em sua essência, o Inter tem uma tendência a conseguir o mais difícil e falhar quando o objetivo é mais alcançável. No caso de boa parte deste grupo atual, a realidade é mais dura. Não foram poucas as oportunidades em que tiveram a chance de vencer algo que, efetivamente, mudaria suas vidas e, por consequência óbvia, a vida dos torcedores como eu.
Bateram na trave na Série B — um título que, sinceramente, nem me interessava ter, mas que era, sim, uma obrigação —, repetiram a dose na final da Copa do Brasil e fecharam essa "tríplice coroa" com a perda do Campeonato Brasileiro de 2020, da forma como foi. E, durante todo este tempo, ainda não conseguiram conquistar nem o Gauchão.
Eis que o atual Brasileirão nos apresenta uma surpresa: o coirmão se estabelece no último lugar e não sai de lá por nada. Cai treinador, não vencem partida nem em casa, tem o pior ataque do campeonato e afundam numa crise como há muito não se via. Um verdadeiro banquete para o Inter se esbaldar no clássico? Que nada. A nova "façanha" deste time atual é conseguir chegar como o azarão em um jogo contra o último colocado.
Exatamente. O Grêmio que ainda não ganhou de ninguém, mas é favorito para o jogo, tamanho o constrangimento causado pela atuação colorada contra o São Paulo, uma das piores que eu já vi na vida. Para piorar, ainda teremos a estreia de um multicampeão na casamata gremista e que sabe, como poucos, inflamar um vestiário.
Para você não me chamar de pessimista, vou lhe dizer o que me dá esperanças de uma vitória: o retorno de Taison. Se eles têm um fator extracampo, nós teremos o nosso dentro das quatro linhas. Tenho certeza de que um jogador tão identificado com o clube pode fazer a diferença, porque Gre-Nal não se joga; se ganha. E a grande maioria desse grupo colorado ainda não aprendeu isso. Tomara que eles me provem o contrário no sábado. Nunca torci tanto para estar errado.