Lançado na última quarta-feira (16), o Festival Fronteiras — nova edição do tradicional Fronteiras do Pensamento — vem diferente em 2025, e não apenas na forma (com seus "diálogos brasileiros"). A cereja do bolo é a escolha do local do evento: o coração de Porto Alegre. A praça pública.
A novidade é um acerto. Talvez o maior, tanto quanto os nomes escalados para a esta edição, que ocorrerá nos dias 28, 30 e 31 de maio com oito palcos (quatro gratuito) na Praça da Matriz e arredores (leia os detalhes aqui).
Por muitos anos, os centros históricos das grandes cidades foram tratados com desdém. Foram preteridos pelas regiões "mais nobres", desvalorizados e até esquecidos por uma parcela da população.
Com Porto Alegre, a história não foi (não é) diferente. Boa parte dos porto-alegrenses continua distante da Rua da Praia, do Mercado Público, da Praça da Matriz.
Ao escolher este reduto para instalar sua tenda (literalmente), o Fronteiras — com todos os seus intelectuais e pensadores chamando à reflexão — está dando um recado nas entrelinhas.
Precisamos voltar a nos apropriar dessa área, caminhar por lá, visitar os museus, observar os prédios históricos, tomar um chopinho no Tuim, comer o bolinho de bacalhau do Gambrinus, comprar flores e frutas nas bancas.
Precisamos nos sentir "donos" para fiscalizar com propriedade as obras que a prefeitura vem fazendo aos trancos e barrancos e cobrar melhorias. Temos de valorizar o nosso Centro Histórico.
Um evento dessa magnitude é o empurrão que faltava.