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Fernanda Torres não conquistou o tão sonhado prêmio de melhor atriz neste domingo (2), em Los Angeles, nos Estados Unidos, mas o Brasil saiu vencedor do Oscar. Ganhamos, sim, e de goleada.
O triunfo de Ainda Estou Aqui como melhor filme internacional foi muito além do reconhecimento de Hollywood à qualidade da arte brasileira — o que, por si só, já justificaria a catarse coletiva que vimos explodir neste Carnaval inesquecível (pelo Oscar e pelo calor extremo da nova desordem climática).
É preciso que se diga: Fernanda, Walter Salles, Selton Mello e companhia lançaram luzes sobre os horrores da ditadura, ao narrar o drama vivido pela família de Eunice Paiva. De forma delicada e cuidadosa, o filme mostrou que o passado não pode ser esquecido, negado ou simplesmente reinventado.
A consagração de Ainda Estou Aqui foi, acima de tudo, um golpe nas campanhas de desinformação que insistem em subverter a história do regime militar no Brasil, este país de belezas infinitas e memória tão curta.
Como diz Eunice, encarnada de forma brilhante por Fernanda em uma das cenas mais emblemáticas do filme, nós vamos sorrir, sim. Há muito o que comemorar.