Elon Musk conseguiu: anunciou nesta segunda-feira (29) o que pode ser considerado o maior feito de sua startup de neurotecnologia. A Neuralink, empresa comandada pelo excêntrico multimilionário, concluiu o seu primeiro implante de chip cerebral em ser humano. Outras companhias já haviam realizado procedimentos do tipo, mas, agora, a corrida "do impossível" não só se tornou "possível", como real.
Se as pesquisas evoluírem, e, ao que tudo indica, assim será, aquilo que nos acostumamos ver em filmes de ficção científica saltará das telas para a vida cotidiana. E, no ritmo em que as coisas vão, não vai demorar muito.
Os estudos estão apenas no início, é verdade, mas a ideia dos cientistas é estabelecer canais diretos de comunicação entre cérebros e computadores, sem mediadores. No limite, a meta é criar uma relação quase orgânica, simbiótica, entre humanos e inteligência artificial (IA).
Lembra dos famosos ciborgues? Aqueles humanos "aprimorados" de filmes como Robocop e Exterminador do Futuro? Claro que não se trata de nada disso, mas o conceito está ali.
No caso do chip de Musk, o dispositivo foi desenvolvido para permitir que pessoas com paralisia controlem aparelhos apenas com a força do pensamento. Até agora, o chip (do tamanho de uma moeda) havia sido testado somente em macacos - e eles aprenderam, veja bem, a jogar o videogame (aquele jogo chamado Pong) sem usar o joystick nem o teclado. Tudo com o cérebro.
Um mundo de novas possibilidades se abre à frente. Se pesquisas como esta derem certo, pessoas com distúrbios neurológicos paralisantes, como o Parkinson, terão a chance de recuperar a qualidade de vida. Imagine o benefício que isso poderá significar para tetraplégicos e paraplégicos?
As capacidades humanas serão multiplicadas ao infinito. E os riscos desse novo passo no escuro, também. Que a IA seja usada de forma responsável e ética. Talvez seja este o maior desafio por trás de todo esse avanço inexorável. Acredite: é só questão de tempo.