Com lápis, papel, pincéis e tinta nas mãos, uma comunidade global de voluntários está desenhando a história das nossas cidades e compartilhando o resultado nas redes sociais. O movimento começou em meados dos anos 2000, nos Estados Unidos, e não parou mais. É gente de todo o lugar do mundo, de diferentes idades e profissões, que olha a paisagem urbana de um jeito único - e que gosta de fazer isso em grupo.
São os Urban Sketchers, e eles também estão em Porto Alegre.
Sketchers vem de "sketch", “esboço” em inglês. São, basicamente, desenhistas diletantes (ou “desenhandores”, como eles preferem dizer), que compartilham a paixão por retratar edifícios, casas e monumentos por puro prazer.
— Não tem certo e errado nem técnica obrigatória. Mesmo quem acha que não sabe, pode participar. É só gostar de desenhar. Todos são bem-vindos — diz a arquiteta Veronica Daudt, uma das vozes do coletivo na Capital.
O @uskpoa (veja no Instagram) surgiu em 2016 e, desde meados de 2023, é um movimento organizado, com atividades quinzenais. Entre agosto e setembro, com apoio da UFRGS, a turma passou a reproduzir espaços da universidade - entre eles, o Centro Cultural, na antiga Escola de Engenharia, onde acompanhei a ação.
Não só acompanhei, como desenhei. Ou tentei (veja o desfecho nas imagens abaixo).
O grande barato da ação não é apenas “brincar de artista”, como no meu caso, mas também tirar um tempo para si, estar ao lado de pessoas interessantes, dar uma pausa no mundo virtual e, de certa forma, voltar ao passado - para muitos de nós, rabiscar é reviver a infância.
Ao final, cada uma das criações recebe um carimbo oficial, para marcar o feito. No fundo, o movimento é uma forma de valorizar o lugar onde se vive e de ocupar espaços. É um jeito de olhar e - de fato - ver a cidade ao redor.
Exposição
Para quem ficou curioso, a partir de 26 de outubro (até 8 de novembro) haverá uma exposição do grupo, de graça, nas Salas Nogueira, do Centro Cultural da UFRGS.