A notícia quase passou batida, como em geral acontece às pequenas grandes conquistas da ciência brasileira. Seis jovens cientistas de universidades gaúchas receberão recursos para projetos considerados ousados e arriscados nas áreas de matemática e ciências naturais e da computação.
Eles foram selecionados pelo Instituto Serrapilheira, instituição sem fins lucrativos que tem por objetivo fomentar pesquisas de excelência no Brasil, e também receberão apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs).
— O objetivo do programa é identificar jovens pesquisadores em início de carreira acadêmica que sejam beeeeem fora da curva e apoiá-los em projetos também fora da curva, de alto risco e alto impacto — explica Rafael Roesler, diretor técnico-científico da Fapergs.
Na seleção, os candidatos deveriam detalhar como suas escolhas poderiam dar errado e o que eles pretendiam fazer caso isso ocorresse. A premissa é a de que a ciência avança mais quando assume riscos.
No total, 32 pesquisadores foram escolhidos e receberão um financiamento total de
R$ 22 milhões. Entre eles, estão os gaúchos Gabriela Cybis e Francisco Moreira de Lima, da UFRGS, Jeferson Vizentin-Bugoni, da UFPel, Dyana Duarte e Renata Rojas Guerra, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e Karlos Kochhann, da Unisinos.
Os trabalhos versam sobre temas variados, do uso de sequências genéticas para identificar novas variantes virais de rápida propagação a novas formas de detecção de buracos negros.