Na Catedral São Francisco de Paula, em Pelotas, os verbos preservar, restaurar e cuidar são conjugados no passado, no presente e no futuro. Há anos, a histórica igreja - conhecida como marco zero da cidade - recebe cuidados com apoio da comunidade. Agora, chegou a vez de 14 pinturas que retratam a Via Sacra.
Com cenas da Paixão de Cristo, os quadros de quase dois metros de altura (incluindo a moldura) foram retirados do templo na última sexta-feira (24) e nesta segunda-feira (27) começaram a ser desempacotados e catalogados.
O acervo será recuperado por 18 alunos do curso de Conservação e Restauro da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), liderado pela professora Andréa Bachetini.
Caberá ao grupo, também, a missão de desvendar a autoria das telas e a idade do conjunto. Uma das obras tem a assinatura do autor - possivelmente Luigi Morgari, um artista italiano que viveu entre os séculos 19 e 20 -, mas a confirmação dependerá do andamento dos trabalhos.
— Vamos iniciar avaliações técnicas para definir os próximos passos, que incluirão uma pesquisa histórica detalhada na documentação da igreja. O trabalho completo deve ser concluído até março de 2024 — diz Andréa.
Os quadros apresentam perdas pictóricas, além de poeira e fungos, e passarão por exames em laboratório (incluindo raios infravermelho e ultravioleta e luz rasante) para avaliar o estado de conservação e o que será preciso fazer para recuperá-los.
Belo trabalho
A iniciativa faz parte do projeto de extensão do Laboratório Aberto de Conservação e Restauração de Bens Culturais da UFPel, que já ajudou a preservar acervos importantes do Estado, entre eles telas do Palácio Piratini.