O aumento nos gastos causado pela inflação, a procura maior por experiências depois de dois anos de impacto da pandemia e até a vontade de presentar a si mesmo são destaques da pesquisa do Dia dos Namorados que será divulgada pelo Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas POA). Entre as informações, chamou atenção da coluna que 10,3% dos entrevistados pretendem comprar presentes para si próprios. É bem mais do que em 2021, quando só 0,9% deram essa resposta. Também subiu bastante o presente para o "ficante": 8,9%, frente 2,3% do ano passado.
E a comemoração, será onde? Para 60% dos entrevistados, em casa. É um número alto, mas caiu frente aos 68,6% que deram essa resposta no ano passado. Por outro lado, cresceu a vontade de comemorar em restaurantes (27,4%, frente 17,7% de 2021) e em hotéis ou motéis (10,9%, frente 4% de 2021).
Thais Del Pino, do Núcleo de Pesquisas do Sindilojas POA, também destaca o aumento na procura por presentes de experiência, que possam ser aproveitados a dois. Almoço e jantar, por exemplo, aparecem em terceiro lugar nas pretensões de compra, com 12,3%, atrás somente de vestuário e perfumaria. Em 2021, era a intenção de apenas 6,9% dos entrevistados. Apareceu, ainda, o desejo de dar viagens de presente para o parceiro, o que não constava no ano passado.
A busca por serviços começaram nas datas comemorativas recentes, como Dia das Mães, após as flexibilizações da pandemia. Esse consumo represado tem sido uma das maneiras pelas quais o setor de serviços tem driblado a inflação.
Falando em inflação, os preços ganharam (ainda mais) espaço entre os pontos de atenção do consumidor. Aparecem com destaque nas perguntas sobre a escolha do presente, da marca e da loja. O gasto médio por consumidor é estimado em R$ 248 — 15,8% acima dos R$ 214 de 2021. É um aumento um pouco maior do que o IPCA no período, que subiu 12,13% entre abril do ano passado e deste ano. O Sindilojas projeta movimentação financeira de R$ 163 milhões, 14,78% superior ao previsto para o Dia dos Namorados de 2021.
Por fim, entre outros destaques da pesquisa, percebe-se que subiu a relevância pelo atendimento qualificado e pela qualidade dos produtos na hora de escolher a marca e a loja para fazer a compra. As lojas de rua também voltam a ganhar destaque. Por outro lado, a venda online perde relevância: um dos dados mostra que 15,4% comprarão o presente pela internet, o que é praticamente a metade do ano passado.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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