As contas públicas já não estavam bem antes da pandemia, mas a situação ficou ainda mais delicada com os estímulos necessários à economia ao longo de 2020. A preocupação quanto aos gastos do governo federal segue rondando os investidores. Considerando esse cenário, Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos, enviou à coluna sugestões para proteger o dinheiro. Assim como todos os profissionais do mercado financeiro, ele diz que é preciso respeitar o teto fiscal e aprovar reformas estruturais.
- A expectativa de mercado é de que não haja um novo desarranjo fiscal em 2021. Porém, o Brasil sempre foi uma caixinha de surpresas.
Foi nessa linha que ele sugeriu os seguintes investimentos - mais sofisticados - em entrevista ao programa Acerto de Contas (domingos, 6h, na Rádio Gaúcha). Perceba que os três estão ligados ao câmbio:
1 - Fundos cambiais
Os fundos cambiais seguirão a moeda em suas altas e baixas. Portanto, são produtos pós-fixados ligados ao dólar ou ao euro. Eles têm liquidez, ou seja, são fáceis de sacar o dinheiro. Como um gestor cuida, há cobrança de taxa de administração. É uma boa opção em cenários em que a moeda tenha uma tendência de alta frente ao real. Podem ser acessados por corretora ou banco. Eles têm tributação decrescente, como os tradicionais fundos de renda fixa, chegando a 15% após 720 dias de aplicação.
Tempo de investimento: o investidor decide, mas é preciso olhar a tributação.
Risco: elevado, pois está exposto às oscilações do câmbio.
2 - Contratos de dólar
Os contratos de dólar são ferramentas que ajudam o investidor a evitar alocar todo o seu saldo em uma opção, diferente dos fundos cambiais. Nos contratos, a exigência é pela margem de negociação. Essa margem pode ser em dinheiro já investido em CDBs, Tesouro Direto ou outros. Eles são garantias para uma operação alavancada. É uma maneira de o investidor se manter pós-fixado na moeda, acompanhando a queda e a alta frente ao real, mas deixar sua aplicação em outro ativo, facilitando a operação frente por exemplo a um fundo cambial. Vale a ressalva de que a tributação é de 15% sobre o lucro líquido da operação. Porém, se for usado o mecanismo de Day Trade, sobe para 20%. Ela é feita no home broker da corretora onde o investidor tem conta.
Tempo de investimento: o investidor decide, mas é preciso olhar a tributação.
Risco: elevado, pois está exposto às oscilações cambiais.
3 - BDR / ETF
Outra novidade são as operações atreladas a ativos externos somadas à variação da moeda. Se o dólar subir, o investidor pode ter seu dinheiro em um ativo com a variação normal e também atrelado à oscilação do dólar.
- Vamos imaginar uma alocação nas ações da Apple. Se o dólar disparar, a cotação frente ao real terá uma alta, mesmo que o ativo em si não tenha subido. E, com as mudanças nas regras dando a oportunidade de acesso a esse produto por boa parte dos investidores brasileiros, facilitou muito esse tipo de investimento para proteção - diz Franchini, da Monte Bravo.
A tributação é igual a uma ação normal. Pode ser isenta de Imposto de Renda caso o valor seja inferior a R$ 20 mil no mês. Acima disso, será de 15% sobre a rentabilidade líquida. O investimento tem que ser feito por meio de uma corretora.
Tempo do investimento: o investidor decide.
Risco: a oscilação será elevada, já que o investidor está aplicando em dois ativos mais voláteis: o dólar e a própria ação que escolheu.
Mais detalhes na entrevista ao programa Acerto de Contas. Ouça aqui:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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