Uma universidade do Rio Grande do Sul representará o Brasil em estudo mundial sobre o coronavírus. Será a Feevale, que tem sede em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. No total, 30 instituições de 18 países participarão do projeto que busca destrinchar o comportamento do vírus.
A ideia é juntar informações coletadas em milhares de pacientes e analisadas por centenas de cientistas, o que hoje é feito de forma isolada. À frente do projeto na Feevale, Fernando Spilki, professor do mestrado em Virologia, explica que será possível avançar em prognósticos, que sinalizem, por exemplo, se a pessoa irá se curar ou tende a piorar.
- Serão avaliadas manifestações clínicas e como o vírus se comporta nos pacientes ao longo do tempo. É a variabilidade dos aspectos clínicos da covid-19 no mundo - detalha Spilki.
O projeto, chamado de UnCover, foi aprovado pela Comunidade Europeia. Será liderado pelo Instituto de Medicina da Universidade da Antuérpia, da Bélgica. A Feevale foi convidada a participar devido à parceria que possui, há alguns anos, com a área de saúde da University of South Florida, dos Estados Unidos.
Fernando Spilki diz que os estudos financiados pela Comunidade Europeia começarão na metade deste semestre. Terão duração de dois anos.
- Queremos entender como a covid-19 se manifesta em diferentes populações, se tem variabilidade ou não, se realmente podemos classificar a doença no mundo inteiro de forma igual e se ela permanecerá com as mesmas características ao longo do tempo - acrescenta.
Professor do mestrado em virologia da Universidade Feevale e presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Fernando Spilki foi nomeado ainda em março, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), para compor o Comitê de Especialistas Rede Vírus. E a coluna sempre aproveita quando fala com Spilki para saber como ele avalia o andamento das vacinas contra o coronavírus. O professor mantém a projeção de ter vacina disponível entre o final deste ano e metade de 2021, considerando os avanços.
- Mas a vacina não resolve o problema. A covid-19 continuará demandando cuidados, pois não esperamos na primeira geração de vacinas uma eficácia de 100% ou uma cobertura total. O retorno à normalidade é lento e gradual, auxiliado pela vacina. Que bom que várias estão dando certo, pois há questões econômicas e políticas que precisam ser enfrentadas para dar continuidade aos processos de imunização.
Países e instituições participantes:
Bélgica
- University of Antwerp
- Sciensano
Bósnia
Univerzitet u Sarajevu
Brasil
- Universidade Feevale
Colômbia
- Universidad de Antioquia
Coreia do Sul
- Korea University
Croácia
- Croatian National Institute of Public Health
- Institut za Antropologiju – Inantro
Eslováquia
- Trnavská Univerzita v Trnave
Espanha
- Fundación de Investigación HM Hospitales
- Universidad Politécnica de Madrid
- Universidad de Navarra
- Fundación para la Investigación Biomédica del Hospital Universitário la Princesa
- Instituto Investigación Sanitaria de la Fundación Jiménez Díaz
Estados Unidos
- University of South Florida
Grécia
- University of Thessaly
Inglaterra
- St Mary's University
Irlanda
- Technological University Dublin
- University College Cork
- National University of Ireland
Itália
- Istituto Sacro Cuore Don Calabria
- Azienda Ulss 6 Euganea
Luxemburgo
- Luxembourg Institute of Health
Noruega
- University of South-Eastern Norway
Portugal
- Universidade do Porto
- Universidade Católica Portuguesa
- Instituto Politécnico de Coimbra
Romênia
- Universitatea de Medicina si Farmacie Iuliu Hatieganu
- Universitatea de Medicina si Farmacie Grigore T. Popa
Turquia
- Baskent Universitesi Vakfi - Baskentuniversity
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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