O dólar chegou a subir após o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender a nomeação de Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da Polícia Federal. Mas o bom humor externo voltou a fazer a cotação comercial cair e a moeda é vendida a R$ 5,39 no final da manhã, com um recuo superior a 2%. Enquanto isso, o Ibovespa sobe quase 2%, ficando perto dos 83 mil pontos.
O impulso vem de bons resultados dos balanços das empresas de tecnologia nos Estados Unidos e da expectativa da decisão sobre o juro norte-americano, que será anunciada às 15h pelo Federal Reserve (FED). Mas há um otimismo em especial vindo da notícia de que a Gilead Sciences anunciou que um novo teste com a droga remdesivir atingiu seu objetivo primário. Novamente, o medicamento anima o mercado, como ocorreu quando a gigante farmacêutica publicou relatórios iniciais sobre o teste, em 17 de abril.
A Gilead Sciences informou hoje a fase 3 do estudo em aberto que testa o remdesivir em pacientes graves com covid-19 apontou que dosagens de cinco ou 10 dias apresentam resultados semelhantes. Segundo a empresa, a adoção de tratamentos de cinco dias poderia ampliar significativamente o atendimento aos pacientes. Pelo menos 52% dos participantes que receberam um ou outro regime de dosagem receberam alta hospitalar após 14 dias de tratamento, e pelo menos 53% desses pacientes tiveram “recuperação clínica”. O estudo deve ser ter as informações finais divulgadas até o fim de maio, segundo a empresa.
Presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), Fernando Spilki explica o que significa a informação divulgada hoje pela Gilead:
-Os primeiros resultados práticos já estão prontos. Agora, vão para a fase de análise. E podemos ter novos estudos, variações que se demonstrem necessárias - diz o especialista, que também é professor da Feevale e integra o comitê de estudos do coronavírus no Ministério da Ciência e Tecnologia.
Lembrando que, na semana passada, um teste clínico da Gilead com o remdesivir teve um resultado negativo noticiado pelo Financial Times, citando resultados prévios obtidos com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A empresa, no entanto, disse que eram informações inconclusivas porque a testagem foi encerrada antecipadamente.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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