Correção: das 7h55min às 18h08 min a coluna colocou que o total de profissionais era 18.488, mas o número se refere apenas aqueles que trabalham com tecnologia. O texto atual está corrigido.
A Indústria Criativa é o setor da economia que tem o capital intelectual como a principal matéria-prima na produção de bens e serviços. Um mapeamento é feito pela Federação das Indústria do Rio de Janeiro a cada dois anos e considerando números de todo o país. A Firjan elenca como economia criativa 13 segmentos agrupados em quatro áreas: Consumo (Design, Arquitetura, Moda e Publicidade), Mídias (Editorial e Audiovisual), Cultura (Patrimônio e Artes, Música, Artes Cênicas e Expressões Culturais) e Tecnologia (Pesquisa & Desenvolvimento, Biotecnologia e Tecnologia da Informação e Comunicação.
O estudo considera empregos com carteira assinada. No Rio Grande do Sul, a participação caiu de 2% para 1,9% de 2015 para 2017, de quando estão disponíveis os últimos dados. O total de profissionais "criativos" supera 55 mil pessoas.
Ainda assim, o Estado manteve-se em quarta posição no ranking e acima da média nacional de 1,8%. Fica atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
A pesquisa da Firjan também compara as médias salariais. Esses profissionais recebiam R$ 4.803 em 2015, remuneração que aumentou para R$ R$ 4.929 em 2017, ano dos dados analisados pela entidade.
Considerando os salários, o Rio Grande do Sul fica mais embaixo no ranking nacional e abaixo da média nacional de R$ R$ 6.810. Fica na posição 17ª no ranking.
A Firjan estima que a indústria criativa responda por 1,9% do PIB do Rio Grande do Sul. A média nacional fica em 2,61%.
Empregos por área da indústria criativa no Rio Grande do Sul:
Consumo
O número caiu 4,6%, para 25.468 trabalhadores. O salário médio é de R$ 4.365.
Cultura
O número de empregos caiu 3,8%, para 3.494. O salário médio é de R$ R$ 2.656.
Mídias
O número caiu 8%, para 8.049. Salário médio de R$ 2.621.
Tecnologia
O número caiu 6,8%, para 18.488 profissionais. Já a média salarial é a mais alta, de R$ 7.139.
As profissões "criativas" que cresceram no país
Em um período em que o Brasil teve 1,7 milhão de postos de trabalho fechados, há profissões criativas que foram muito buscadas entre 2015 e 2017. A Firjan destaca que todas elas, de uma forma ou de outra, se relacionam ao contexto mundial de transformação digital e de valorização da experiência do consumidor. As 13 funções com aumento no número de profissionais foram responsáveis pela geração de 25,5 mil postos de trabalho. Veja quais são:
1 - Diretor de criação +59,8%
2 - Analista de pesquisa de mercado +42%
3 - Analista de negócios +23%
4 - Chefe de Cozinha +21%
5 - Editor de mídia eletrônica +20,1%
6 - Decorador de eventos +15,3%
7 - Designer de moda +14,8%
8 - Relações Públicas 13,5%
9 - Designer de produtos +10,7%
10 - Designer gráfico +4,9%
11 - Visual Merchandiser +3,5%
12 - Programador +3,3%
13 - Gerente de TI +1,4%
Destaque para profissionais capazes de auxiliar as empresas na compreensão de seus consumidores. É o exemplo dos Analistas de Pesquisa de Mercado e Analistas de Negócios. Já o crescimento dos Relações Públicas sinaliza a preocupação das empresas com a promoção e preservação da sua imagem, aponta a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro: "num mundo conectado, as informações podem ser propagadas de maneira muito mais veloz, o que exige cautela das empresas. Junto a isso, cresce a necessidade de se comunicar com nichos específicos - facilitado por esses profissionais."
Também é registrado um movimento das empresas na busca por diferenciação, o que aparece na expansão de profissões voltadas para melhorias na experiência de consumo. Como exemplos, a entidade cita o Visual Merchandiser e o Diretor de Criação, profissão que surgiu oficialmente no último mapeamento. Aumenta, ainda, a contratação de Chefes de Cozinha, resultado da valorização de experiências customizadas para o consumidor. Seguindo na linha, Designers foram muito demandados, por serem capazes de gerar inovação no consumo.
Já o aumento de Editores de Mídias eletrônicas demostra a guinada das novas formas de mídia, que ocorre em paralelo à redução de profissionais ligados às mídias tradicionais. Por fim, o grande volume de dados aumentou a busca por profissionais capazes de transformá-los em informação qualificada para as empresas, como Programadores e Gerentes de TI.