A crise afetou com muito mais força os postos de trabalho com menos qualificação no Rio Grande do Sul. A constatação aparece no levantamento feito para a coluna Acerto de Contas pelo economista da CDL Porto Alegre. Oscar Frank usou dados de emprego com carteira assinada no Caged, cadastro do Ministério do Trabalho.
Desde 2015, o período de janeiro a julho vinha registrando extinção de vagas de emprego formal no Rio Grande do Sul. O cenário só mudou agora em 2018.
No entanto, só um grau de ensino não teve um ano sequer de saldo negativo. Foi o de empregos de profissionais com superior completo. Até desacelerou em 2015 e 2016, mas o número já foi turbinado em 2017 e mais ainda agora em 2018, quando foram criadas 5.640 vagas com esta qualificação. Superior incompleto chegou a ter mais demissões do que admissões em 2016, mas foi o menor saldo negativo.
A dificuldade maior está nos empregos com Fundamental Completo. Desde 2015, todos os acumulados apontam corte de vagas com carteira assinada. Inclusive, de janeiro a julho de 2018, é a única categoria que não criou postos de trabalho.
- A dinâmica do mercado de trabalho tem sido ainda mais complicada para os trabalhadores menos qualificados em relação aos que possuem maior grau de instrução. Além disso, os ganhos em termos de geração de emprego em 2018 no Rio Grande do Sul têm sido insuficientes para devolver as perdas dos últimos anos. Fato que é ainda mais notório para os menos qualificados - analisa Frank, economista da CDL Porto Alegre.
Olhando a tabela abaixo, o economista vê um movimento positivo. Identifica que o saldo de emprego em 2018 para os níveis mais qualificados já está próximo do pré-crise.