
Após a reunião de terça-feira (5) entre o governador Eduardo Leite e o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman, a possibilidade da retomada do Campeonato Gaúcho entrou na pauta. Várias situações foram discutidas, mas, por enquanto, não existe a liberação para a volta dos jogos.
A retomada da competição é importante, e alguns dirigentes defendem esta ideia. A FGF apresentou um protocolo médico de alto nível e se dispõe a pagar os kits para testar os jogadores dos clubes do Interior para a covid-19.
Mas o fato é que alguém precisa assumir esta responsabilidade. O desejo de retornar é legítimo, ainda mais diante da dificuldade financeira dos clubes do Interior. O esforço para garantir as condições de segurança para os trabalhadores é inquestionável e merece ser elogiado.
Várias partes envolvidas no processo podem desejar e trabalhar pelo retorno do Gauchão. Mas repito: alguém precisa assumir esta responsabilidade. E só uma pessoa pode fazer isso. A decisão está nas mãos do governador Eduardo Leite.
É dele a decisão final, e não é uma decisão fácil. Pare um minuto e pense: você assumiria esta responsabilidade? Você tomaria esta decisão e assumiria os riscos? Vamos combinar que eles não são poucos.
A previsão é de que no final de junho o cenário poderá ser ainda pior no Rio Grande do Sul. E se algum jogador for contaminado? Sabemos que este é um esporte de muito contato físico. É possível citar vários exemplos de aglomeração: formação da barreira, comemoração de gol, marcação na área antes da cobrança do escanteio, etc.
Antes e depois dos jogos, os atletas estarão em contato com os familiares, e o que ocorrer no campo terá reflexo nas residências dos jogadores.
A atitude de Eduardo Leite é elogiável. Neste caso, a cautela. Para voltar o futebol, precisamos de um cenário mais seguro.