Na quarta-feira (13), o ex-atacante do Grêmio Nícolas Careca, atualmente no Estoril-POR, afirmou ter sofrido um golpe de seus empresários. Segundo ele, um sócio da Prime Sports ofereceu ajuda para transferir 35 mil euros (à época, R$ 190 mil) da Europa para o Brasil.
O jogador entregou o valor em euros e esperou que o empresário depositasse a quantia em reais na sua conta no Brasil, mas recebeu R$ 70 mil, faltando os outros R$ 120 mil. Vinícius Dutra, empresário proprietário da Prime Sports, afirmou que está tentando resolver a situação.
Esta notícia chama a atenção para uma questão extremamente importante para os jogadores brasileiros que atuam no Exterior: como eles transferem o seu dinheiro para o país? No caso de Careca, ele entregou o valor em euros para o empresário, que assumiu o compromisso de depositar o equivalente em reais na sua conta.
Na década de 1990, ouvi o relato de alguns jogadores que passaram aqui pelo Estado e que tiveram a experiência de atuar na Europa. Um deles falou que uma vez escondeu US$ 40 mil nos bolsos do casaco e das calças, desembarcando tranquilamente em Guarulhos.
Conversando com empresários acostumados a colocar jogadores na Europa, eles confirmam que até o final dos anos 1990, essa era uma prática adotada por muitos atletas. Mas, de lá para cá, eles não têm mais notícia de que isso aconteça. O limite para entrar com dinheiro em espécie no país é de R$ 10 mil. Acima disso, é preciso declarar na alfândega.
Atualmente, o que os empresários dos jogadores dizem é que o procedimento mais comum é a transferência bancária internacional, que é um serviço tradicional. Nesta transação, normalmente são cobradas taxas pelo banco que envia o dinheiro e também pelo banco que recebe. Outra alternativa são as empresas especializadas em transferências internacionais. Ainda assim, alguns se arriscam com doleiros ou empresários, o que pode acabar se tornando perigoso.