A provável venda de Marcelo Grohe para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, está causando indignação entre muitos gremistas pelo valor envolvido para o clube na negociação. O Grêmio deverá ficar em U$ 3 milhões (quase R$ 12 milhões). A avaliação é de que a quantia é reduzida para um goleiro deste nível.
Eu concordo que Marcelo Grohe vale mais do que isso, mas há um fato que não pode ser ignorado: os goleiros brasileiros, quando são vendidos daqui para o Exterior, não recebem grande valorização.
Uma coisa é quando a transferência ocorre dentro da Europa, como no caso de Alisson, da Roma para o Liverpool, por 62 milhões de euros (cerca de R$ 275 milhões). Outra coisa, completamente diferente, é quando a venda é feita do Brasil para outro continente.
Não há caso de transação de goleiro por um valor elevado. Confira alguns exemplos recentes:
Júlio César (Flamengo para a Inter de Milão, em 2005) - 2,5 milhões de euros
Diego Alves (Atlético-MG para o Almería, em 2007) - 2,5 milhões de euros
Diego Cavalieri (Palmeiras para o Liverpool, em 2008) - 4 milhões de euros
Neto (Atlético-PR para a Fiorentina, em 2011) - 3,5 milhões de euros
Alisson (Inter para a Roma, em 2016) - 5 milhões de euros
Outro fato importante é que todos estes goleiros deixaram o Brasil bem antes de completar 30 anos. E Marcelo Grohe fará 32 anos em janeiro. Mas o que deixa a impressão de o negócio ser ruim é a história construída no Grêmio, com títulos importantes e o que ele ainda poderia fazer pelo clube. Mas a verdade é que goleiro, quando sai do Brasil, não é uma função valorizada no mercado. E isto precisa ser considerado.