Meu avô se chamava Augusto. Era uma pessoa, bem, uma pessoa augusta – e olímpica também (embora tivesse sido antes assíduo frequentador da Baixada). Augusto nasceu em Porto Alegre, em abril de 1900 – “ele acompanha o século”, dizia minha mãe, cada vez que o velho aniversariava. Nasceu em casa, na esquina da rua dos Moinhos de Vento (hoje 24 de outubro) com a praça Júlio de Castilhos. Quando tinha 12 anos, morreu-lhe o pai, cujo nome agora me escapa. Mas sei que meu pobre bisavô tinha tenros 33 anos ao partir dessa para pior. Mas pobre mesmo foi minha bisavó: os cunhados tomaram tudo da viúva. E assim, desamparada e sem teto, minha bisa alistou meu avô na Marinha, em 1913, como grumete.
História
Meu avô enfrentou a Primeira Guerra e a Gripe Espanhola, mas seus maiores inimigos eram os negacionistas
Desde criança ouço falar de gente que não acredita na pandemia. São eles que afundam a esquadra
Eduardo Bueno