Por motivos fáceis de entender mas difíceis de aceitar, muitos leitores continuam, em pleno 2021, achando que As Viagens de Gulliver, a cáustica e deliciosa obra que Jonathan Swift escreveu em 1726 é um livro infantil. E, mesmo entre aqueles que a conhecem nesse formato, poucos avançam além da primeira viagem, aquela que conduz Gulliver a Lilliput, o país de gente em miniatura, no qual ele vira gigante e de onde é expulso após ter tido a genial ideia de debelar as chamas que se alastravam pelo palácio real... fazendo xixi nele. Alguns leitores ainda seguem o desastrado Lemuel Gulliver até Brobdingnag, onde as coisas se invertem: os gigantes são os outros, e ele, um mini-humano, vira joguete nas mãos de crianças mimadas e quase é devorado por insetos do tamanho de elefantes.
Gulliver
A viagem a Laputa
Aqui estou, de olhos bem abertos e nariz bem fechado
Eduardo Bueno