Já houve quem tenha dito que os historiadores são profetas com o olhar voltado para o passado. A frase faz todo sentido pois a melhor forma de interpretar o presente – e projetar, quase prever, o futuro – é sabendo como viemos parar aqui, nesse ponto em que estamos. Por isso, pode-se dizer que o estudo da história é atividade dupla face: cola o presente e o conecta ao mesmo tempo com o que já passou e com o que está por vir. Mas, até onde sei, ninguém propôs que o deus Janus fosse o patrono dos historiadores. Fica aqui a sugestão.
Novo ano
Não é preciso ser Janus, o deus de janeiro, para saber que ia dar no que deu
Como os historiadores, Janus – o deus de duas caras – prevê o futuro ao olhar para o passado. Mas certas coisas estão na cara, e só exigem dois neurônios
Eduardo Bueno