Luar de prata banha as dunas malhadas pela sombra das nuvens que passam em silêncio. Uma cigana sonha que um galgo lambe-lhe a face na noite fria do deserto – mas são só os grãos de areia soprados pelo murmúrio da brisa a tangir o alaúde que repousa ao lado dela. Um tigre espreita entre as folhagens rijas da floresta dos pássaros que trinam e as folhas gotejam orvalho. Uma supernova exala seu último e ruidoso suspiro nos confins da galáxia – a luz, a quentura, o som dessa explosão vão levar milhares de anos em sua jornada até rebrilhar feito estrela cadente diante do casal enamorado no quiosque de uma cidade do interior.
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Notícias sem nó
Uma supernova exala seu último e ruidoso suspiro nos confins da galáxia
Eduardo Bueno