Quando criança – ali pelos oito, talvez 10 anos –, decidi, com a solidez que só as resoluções infantis costumam ter, que, quando fosse grande, seria arqueólogo. Tão logo descobri que paciência, método e uma boa dose de habilidade manual eram pré-requisitos indispensáveis para o exercício da profissão, resolvi repensar meu futuro. Minha paciência inexiste, meu método (se é que o tenho) sempre foi errático e até hoje demonstro certa dificuldade na hora de atar os cadarços. Mas isso não significa que a paixão pelo passado e pelos homens e mulheres que o desenterram tenha arrefecido. Pelo contrário: acabei virando quase um arqueólogo. Sem sair da poltrona, é claro.
Arqueologia
Fui-me embora pra Pasárgada
É melhor ser amigo dos reis de lá do que dos bobos das cortes daqui
Eduardo Bueno