Para alguns – justamente aqueles que faziam uso dela – era a erva sagrada. Afinal, energizava, despoluía o organismo, deixava o dia melhor e mais limpo, abatia a tristeza e incensava a alegria. Mas, para outros – a maioria dos quais jamais sequer a havia provado – era a "erva do diabo": a planta maldita, que entorpecia, viciava, fazia mal para o corpo e para o espírito. Firmes em sua convicção, esses lutaram com fervor para proibi-la, embora seu consumo milenar jamais houvesse causado nenhum problema a milhares de usuários. Dentre os quais, aliás, parece que havia os que asseguravam consumi-la diariamente há décadas e mesmo assim, nunca tinham se viciado...
Sagrada
A erva que serviria para matar a sede e despertar a mente
Foi assim que o mate acabou se tornando, ao mesmo tempo, o chá, o café e o vinho do gaúcho, expandindo-se até virar um dos símbolos da altivez, da liberdade e da solidão dos "centauros dos pampas"
Eduardo Bueno