J.-H. Rosny aîné viveu e criou sua espantosa obra literária (mais de 150 livros) sob tons crepusculares. Embora isso signifique dizer que as cores do entardecer tingiram seus livros e sua vida, revela também que ele transitou dos fulgores do pôr do sol direto para a noite sem estrelas do esquecimento. De fato, um jogo de claro e escuro sempre brincou de gato e rato com a vida e a obra desse misterioso, quase inclassificável, escritor belga que, após ter flertado com Londres, instalou-se de vez em Paris. Rosny foi uma espécie de mutante, circulando entre a fama e o anonimato e repartindo-se, na temática de seus livros, entre o passado imemorial e um futuro longínquo demais para ser medido em séculos.
A Morte da Terra
O autor mutante que cunhou o termo "astronauta"
Adorei saber que J.-H. Rosny chamava os humanos de "animais verticais", que podem ser riscados do mapa
Eduardo Bueno