E então, num piscar de olhos, o Palácio de Inverno, em São Petersburgo, caiu para dar início à primavera do mundo. Era como se estivéssemos todos lá: Maiakovski, vestido de três metros de meio-dia, soprando a flauta feita das próprias vértebras; Eisenstein com uma câmera na mão e mil ideias na cabeça; Rodchenko colando colagens construtivistas pelos aposentos do czar; Prokofiev ouvindo coisas, a tanger o violino; Chagall pronto para tingir velhas chagas de cores novas, vendo Kandinsky jogar amarelinha. Tudo que é sólido desmanchando-se no ar, feito a fumaça do trem que trouxe Vladimir Ilitch.
Rússia
Revolver a revolução
O mundo está prestes a mudar – e mudaremos com ele
Eduardo Bueno